terça-feira, 2 de outubro de 2012

POEMA



 
VIDA

Helena Ferreira


Vida...
Renova como em cada estação,
Adormece no inverno,
Floresce na primavera,
Frutifica no outono
E renasce com as chuvas de verão.

Vida...
No pôr-do-sol,
Na nascente do rio,
No canto dos pássaros
E nas folhas secas caídas pelo chão.

Vida...
Amo-te secretamente,
Entre a sombra e a alma,
No silêncio profundo que acalma,
Em um gesto ou aceno de mão.

Vida...
Retalhos de papel,
Coloridos como o arco-íris,
Palavras em poesia,
Espalhadas pelo céu.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Como articular a função social da escola com as especificidades e as demandas da comunidade?

 Helena Ferreira

Para compreender a função social da escola, é importante situá-la no mundo moderno, observando os múltiplos papeis exercidos por ela ao longo do tempo.
A escola sempre ocupou um papel muito importante na sociedade, no decorrer da história, socializando o saber sistematizado. No princípio era privilégio de uma pequena minoria e assumia um caráter elitista. A escola privada sempre foi destinada aos filhos dos ricos, excluindo a grande maioria. As escolas públicas existentes também eram seletas e eram pagas para estudar. Era bastante comum encontra escolas públicas de elite, como os antigos Liceus e Institutos de Educação, ainda hoje presentes nas grandes cidades brasileiras. A diferença mais importante entre as escolas do passado e as de hoje é que aquelas escolas atendiam uma minoria de alunos e as de hoje estão repletas de alunos de todas as origens, já que a grande maioria das crianças brasileiras frequenta a escola pública.
A partir do século XX mais especificamente nas décadas de 20 e 30, o acesso à escola começou a se ampliar, em contrapartida as salas de aula não comportavam o contingente de alunos nem tão pouco os professores estavam preparados para essa realidade, gerando problemas de “qualidade” que persistem até os nossos dias. Surge a legislação brasileira e a LDB, todavia, sempre houve um descompasso entre as determinações legais e a realidade onde a escola estava inserida.
Neste cenário, a escola exercia a função social como responsável pela transmissão do saber sistematizado, modificando-se conforme as demandas da sociedade da época.
Já segunda metade do século XX, o grande desafio apresentado é o de integrar consciente e criticamente a escola, seus alunos e professores no universo da sociedade do conhecimento. Assim, mais do que nunca, o que se exige do educando, nesse novo milênio é a sua capacidade de entender as mudanças, identificar problemas e as condições delas decorrentes, apontando alternativas educacionais que possibilitem uma educação pautada sob os princípios que norteiam a educação: aprender a conhecer, fazer, conviver e ser objetivando, sobretudo, o pleno desenvolvimento do ser humano enquanto cidadão. Trata-se, portanto, de romper com paradigmas que estão arraigados e com metodologias ultrapassadas, e a escola não é mais concebida como detentora do saber, pois hoje há um reconhecimento de que a educação acontece através de várias redes e os alunos precisam interagir com os conhecimentos assimilados.

Para Gadotti (1995, p.83), “a força da educação está no seu poder de mudar comportamentos. Mudar comportamentos significa romper com certas posturas, superar dogmas, desinstalar-se, contradizer-se”.

A expressão “gestão democrática” foi incorporada ao glossário pedagógico da escola pública brasileira e, principalmente, nas últimas décadas tem sido muito difundida, pois sabemos que a participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática na escola, possibilitando o envolvimento dos profissionais da educação, alunos e comunidades em geral na tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. Entretanto, podemos afirmar que a democracia é um valor, ou seja, uma conquista estando expressa na Constituição Federal como também na LDB que é um documento que rege os princípios e normas da educação, sendo necessário por tanto, assegurá-la. Como processo, deve ser construída no cotidiano das relações escolares, pois sabemos que a escola não pode ser uma instituição isolada em si mesma, mas integrada e interagida com a vida social mais ampla.

De acordo com Gadotti (1995), são necessárias algumas diretrizes básicas, dentre as quais estão: a autonomia da escola, incluída uma gestão democrática, a valorização dos profissionais de educação e de suas iniciativas pessoais. Dentre os caminhos buscados para efetiva democratização do ensino público é justamente a democratização da gestão do sistema educativo que busca envolver os setores mais amplos da sociedade: paz, moradores, movimentos populares dentre outros.


É importante enfatizar que cada escola possui sua identidade própria, sua cultura e, por isso, é importante que tudo isso seja respeitado e contemplado no Projeto Político Pedagógico. Fortalecer a gestão da escola, influenciar no seu crescimento são possibilidades oferecidas pela gestão democrática bem sucedida.

É preciso considerar finalmente a prática pedagógica, mais especificamente na escola na qual trabalhamos. Façamos uma reflexão sobre o exercício da prática docente e ou em sua gestão educacional, revendo a realidade, buscando alternativas para alcançar a escola ideal, pois a real ainda tem muito a ser feita. Mudar a situação existente, portanto, é uma tarefa de todos.

domingo, 19 de junho de 2011

PARA QUE SE CONTAR HISTÓRIAS?


“Histórias podem mudar a história de uma criança”


Como recurso psicopedagógico a história abre espaço para a alegria e o prazer de ler, compreender, interpretar, produzir textos e conhecer a si próprio – desejos, direitos e deveres - e à realidade do mundo em que vivemos.
O momento da leitura é um momento mágico, faz a criança viajar, criar um mundo novo.
A criança precisa deste momento, é importante para ela.
As histórias formam o gosto pela leitura.
Quando a criança aprende o gosto pelas histórias contadas ou lidas, ela adquire o impulso inicial para ser um futuro leitor.
As histórias são recursos poderosos para a estimulação do desenvolvimento psicológico e moral da criança em seu crescimento. Enriquece o vocabulário, desenvolve a linguagem e o pensamento.
Através das histórias as crianças estimulam e desenvolvem a atenção, a imaginação, a observação, reflexão e escrita.
A literatura e os contos de fadas levam a criança à descoberta de sua própria identidade, a cultivar a sensibilidade, a comunicação e a formar ainda mais o caráter e incorporar os valores.
Nos últimos anos, a arte de contar histórias vem sendo retomada não apenas por terapeutas e educadores, mas por pessoas de todas as formações, de várias camadas da sociedade, que se reúnem para partilhar sabedoria, afeto e energia através das narrativas.
Contar histórias não é um ato apenas intelectual, mas espiritual e afetivo. Por isso, as melhores histórias são as que contamos espontaneamente, a partir do que carregamos em nossa bagagem de cultura e de experiência de vida. Independente de qualquer sentido, contar histórias pressupõe antes de tudo a vontade de falar do que se sabe, de doar sabedoria e conhecimento, de passar adiante aquilo que se aprendeu. O contato do contador de histórias e o público ou vice-versa é um momento de intenso prazer. Não precisa especificamente de um cenário para contar histórias, mas deve ser um local aconchegante, silencioso e um simples adereço ou gesto fazem a história ser especial, pois a atenção do ouvinte estará voltada para o contador que detém naquele momento todos os poderes para fazer a história significativa ou não.
A contação de histórias é uma ferramenta que incentiva a criança, desde cedo a ler outros livros. Contar uma história para a criança é possibilitar novas experiências, diante dos obstáculos que aparecem em seu caminho. A proposta das contações de histórias, deve também ser utilizada como atividade na biblioteca conservando a tradição oral e contribuindo na formação da criança. Estimulá-la ao prazer diante da leitura, por meio dos contos tradicionais, de fadas e maravilhosos e com certeza a biblioteca da escola passará a ser o melhor e mais desejado espaço de aprendizagem e de sonhos.

segunda-feira, 7 de março de 2011

UM PENSAMENTO

A vida poderá nos pregar uma peça quando menos esperamos, porque muitas vezes queremos ter um domínio de todas as situações de nossa vida. Queremos que todos estejam disponíveis esperando nossas vontades e desejos na hora que isso for mais conveniente para nós. Deixando de lado os sentimentos de nossos amigos ou de nosso amor.
E repentinamente, aquelas pessoas que sempre estão ali, prontas a nos ouvir e compartilhar conosco as tristezas e alegrias, aquelas que nos são caras, se vão.
Todas as pessoas devem ser respeitadas pelos seus sentimentos. Elas também têm suas próprias vidas precisando ser valorizadas pelo que são e o que elas representam para nós.
E quando menos esperamos sentimos que as perdemos, por nosso próprio orgulho ou egoísmo, porque por mais que elas nos amam, certo dia irão se cansar de somente se doar sem nada receber.
Mendigar por amor ou amizade é se anular diante de nosso próprio valor, pois diante do mundo, ninguém é melhor que ninguém. Temos que compartilhar nossos sentimentos, mas nunca pensar que somos mais importantes do que as pessoas que convivem conosco.
Os sentimentos de posse e de ciúme podem afastar as pessoas que nos amam de verdade.
Não deixemos para dizer a essas pessoas o quanto as amamos e o quanto elas são importantes para nós,  depois tê-las perdido para sempre...

Helena Ferreira

sábado, 22 de janeiro de 2011

As palavras acordam




Os pensamentos fluem
Acordando todos os sentimentos
Dos poetas
Palavras acordam e preenchem o vazio do papel
Frases soltas dançam formando um carrossel
Crianças agora brincam com as palavras
Descobrem que as palavras gostam de brincar
Vão tecendo palavras
E elas se juntam como uma colcha de retalhos
A poesia acorda agora no papel
Preenchido por palavras
Do carrossel
Das crianças
Dos sentimentos dos poetas
Todos rodam no carrossel
E formam a beleza contida
Na simplicidade da colcha de retalhos
Com todas as formas
Todas as cores
No capricho de um arquiteto de cores
Paisagens e flores
No branco do papel.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011